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Mapeamento aponta aceleração da Covid-19 no interior

Novo estudo mostra aumento de casos da doença na região de Governo de Catanduva

  • Publicado: Quinta, 18 de Junho de 2020, 10h52
  • Última atualização em Segunda, 22 de Junho de 2020, 08h55
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O estudo desenvolvido pela professora do Câmpus Catanduva do IFSP Thaís Tinós e pelo geógrafo Mateus Vidotti gerou novos mapas sobre a espacialização e a evolução do novo coronavírus para a Região de Governo de Catanduva. 

Neste segundo mapeamento (veja o primeiro mapeamento aqui) foram contemplados 16 municípios: Ariranha, Catanduva, Catiguá, Elisiário, Irapuã, Itajobi, Marapoama, Novais, Novo Horizonte, Palmares Paulista, Paraíso, Pindorama, Sales, Santa Adélia, Tabapuã e Urupês.

A partir dos mapas, tabelas e gráficos gerados nessa etapa do estudo, é possível verificar a interiorização acelerada de casos de COVID-19 nas duas últimas semanas. Todos os municípios da Região de Governo de Catanduva apresentaram casos da doença em junho, diferente do que ocorria em maio, quando apenas cinco municípios iniciaram o mês com casos confirmados.

A região atingiu, em 15 de junho, 535 casos do novo coronavírus e 25 mortes. A taxa de letalidade, que mostra o percentual de pacientes com a doença que evoluem para óbito, aponta um índice de 4,7% para a região, valor menor que a média estadual (5,9%) e a brasileira (5,0%), mas que ainda demanda atenção, pois pode variar drasticamente devido a subnotificação.

Os dados foram coletados, a cada semana, prioritariamente nos boletins oficiais publicados por cada município. “Observamos, desde o início da pesquisa, um descompasso entre os dados publicados nos boletins oficiais e pelas páginas dos governos estadual e federal”, aponta Thaís Tinós. 

Como exemplo, a docente cita os casos em Catanduva e Catiguá. O primeiro caso confirmado em Catanduva, em 29 de março, foi divulgado pelo município no mesmo dia, porém, foi exibido na página do Ministério da Saúde apenas em 1º de abril. Em Catiguá, foram confirmados 18 casos no dia 14 de junho, mas apenas sete casos foram divulgados pela pasta.

Segundo a pesquisadora, o atraso no repasse e no registro das informações, acrescido à subnotificação, dificulta dimensionar o avanço da doença no Brasil. Além desse problema, algumas cidades não divulgam boletins sobre vítimas da doença com regularidade. Nesses casos, os pesquisadores recorrem aos dados da Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (SEADE).

Os pesquisadores destacam a vulnerabilidade da população idosa. De acordo com dados da Fundação SEADE, a região analisada é uma das que apresentam o maior número de idosos do estado, grupo considerado de risco para as complicações causadas pelo novo coronavírus. 

A região iniciou, em 1º de junho, a flexibilização da quarentena.Thaís e Mateus, no entanto, apresentam ressalvas com a medida. “O ritmo do contágio tem acelerado nas últimas semanas e a flexibilização do isolamento social tende a agravar a situação”, alerta o geógrafo. 

Thaís lembra ainda dos problemas que a proximidade com o inverno podem trazer. Nesse período já ocorre naturalmente uma sobrecarga dos leitos hospitalares devido a maior incidência de doenças respiratórias. “As cidades da nossa região, assim como a maioria das pequenas e médias cidades do interior, apresentam menos leitos de UTI que a Grande São Paulo, o que pode resultar em uma sobrecarga da rede hospitalar ainda maior que na capital” atenta a professora.

Próximos estudos

Nos próximos mapeamentos, os pesquisadores objetivam analisar a ocupação dos leitos de UTI e verificar a subnotificação do novo corona vírus a partir da comparação do número de mortos por pneumonia, insuficiência respiratória e síndrome respiratória aguda grave deste ano em relação ao mesmo período em anos anteriores. 

Pretendem ainda realizar um mapeamento dos casos da doença nos bairros de Catanduva, de maneira a auxiliar a compreensão da disseminação da doença pela cidade, apesar da dificuldade de acesso às informações. “Estamos tentando estabelecer um diálogo com a vigilância epidemiológica do município há semanas para obter esses dados. Esse tipo de mapeamento incentiva o isolamento social, pois as pessoas visualizam as áreas de maior risco de contágio na cidade. Além disso, esse mapeamento contribui para que as autoridades locais planejem ações de controle no avanço da doença” finaliza Thaís.

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