16ª edição do Conict reúne 533 projetos no Campus Campinas
Programação do Congresso de Inovação, Ciência e Tecnologia segue até quinta-feira
Alunos de todos os campi do IFSP e de outras instituições de ensino públicas e particulares do Brasil se reúnem nesta terça, quarta e quinta-feira durante o 16º Congresso de Inovação, Ciência e Tecnologia do IFSP, o Conict, realizado no Campus Campinas do Instituto Federal.
Esta edição bateu recorde de participação: foram mais de 700 projetos submetidos ao congresso e 533 projetos aprovados para apresentação, sendo 150 apresentações presenciais e as demais em formato online nos três dias de evento, aponta o presidente da Comissão Organizadora do 16º Conict, Diego Deotti. Segundo o professor, os grandes protagonistas do congresso são os estudantes. “Eles participam das pesquisas, da organização do evento, das aulas. E é uma satisfação muito grande ver tudo acontecendo”, afirma.
Giovana Rocha dos Santos, aluna do curso Técnico em Eletrônica integrado ao ensino médio e membra da comissão organizadora confirma as palavras de Diego. “Estamos há três meses organizando esse evento, participando de duas reuniões semanais. Ver os alunos chegando e o congresso tomando forma é uma alegria. Eu comecei apresentando projetos em congressos do IFSP, passei a participar de feiras científicas, ganhei prêmios e, graças a essas experiências, cheguei a eventos internacionais e fiz um intercâmbio com tudo pago. Aprendemos muito com essas experiências: a conversar de maneira mais formal, de nos portar diante de avaliadores, conhecemos pessoas e amadurecemos muito”, avalia a estudante.
Durante a cerimônia de abertura do Conict, a representante do Ministério da Ciência e Tecnologia Virgínia Barros destacou a importância do congresso. “É uma oportunidade de despertar a curiosidade dos jovens para a produção de novos conhecimentos em um momento de negacionismo científico. E vemos a aproximação com o setor produtivo. É um esforço conjunto entre o público e o privado”.
Representando o reitor do IFSP, Silmário Batista dos Santos, o pró-reitor de Pesquisa e Pós-graduação (PRP), Adalton Ozaki, falou sobre a alegria em ver o campus repleto de alunos circulando para conhecer os projetos desenvolvidos na Instituição e exaltou a produção científica do Campus Campinas, que já recebeu mais d60 prêmios e menções honrosas em eventos científicos e submeteu 31 projetos em editais internos: “essa é uma excelente oportunidade de troca de experiências e de aprendizado”.
Marcelo Bonfim, diretor-geral do Campus Campinas, destacou o apoio da PRP e a dedicação de todos os servidores e alunos para a realização do 16º Conict e destacou a importância da pesquisa. “Se o Brasil quer dar o próximo passo para o desenvolvimento, precisa investir em ciência, tecnologia e inovação. Sairemos daqui mais motivados a produzir ciência e inovação nas nossas instituições”.
A solenidade de abertura do Conict 2025 contou ainda com a presença de Rogério Amarante, representante do prefeito de Campinas, que destacou a importância da troca de conhecimentos em congressos para o amadurecimento dos projetos; dos vereadores Gustavo Petta, dr. Yanko e professora Guida Calixto; da representante do CREA-SP, Tatiane Brioli; do representante da Unicamp, Renato da Rocha Lopes; e do representante da Fundacentro, Eberval Castro, que também é professor do IFSP.
A palestra de abertura do evento foi conduzida pela professora visitante no IFSP, Sandra Maria Souza, que falou sobre a produção de pesquisa e a nova forma de avaliação de artigos da Capes. Sandra Maria destacou o compromisso da pesquisa em contribuir para o avanço do conhecimento, informando sobre a realidade e produzindo respostas e propostas de intervenção.
Confira as fotos do evento aqui.
Apresentações
Nos três dias de congresso, serão realizadas 150 apresentações presenciais no Campus Campinas. Os estudantes de outros campi do IFSP recebem recursos para cobrir despesas da viagem, como deslocamento, alimentação e hospedagem.
Yasmim Lourenço e Giovanna de Oliveira, alunas de Engenharia de Computação no Campus Birigui, viajaram seis horas para chegar ao evento, onde apresentaram o projeto “Plataforma Colaborativa para pesquisa em placas veiculares”. O estudo que utiliza a inteligência artificial para treinar a plataforma a reconhecer placas de carro já levou as estudantes a outros eventos científicos no estado de São Paulo e também na cidade de Brasília. “É bem interessante a troca que acontece durante os eventos, saímos sempre mais motivadas a seguir e a ampliar nosso trabalho, pois recebemos ideias de outras pessoas. Participar de eventos também é uma oportunidade de conhecer novos lugares e muitas pessoas. Planejamos ir a um parque de Campinas após nossa apresentação”, contaram.
Idaiane Silva, aluna de Engenharia Elétrica também fez o Técnico em Eletrônica integrado ao ensino médio no IFSP e, desde essa época, apresenta trabalhos em eventos científicos: “conforme participamos de eventos, aprendemos a conversar com o público, a explicar de forma mais clara para pessoas que não são da área, aprendemos com as dúvidas dos ouvintes e, dessa forma, vamos nos aperfeiçoando. Essa é uma forma de sermos vistos e de nosso trabalho chegar mais longe”, analisa.
O estudo da aluna junto com os colegas Estêvão Rocha, Evandro Alves, Kauan Nunes, Kauã Ribeiro e Kevin de Souza desenvolveu uma calculadora em braile de baixo custo para deficientes visuais. Os modelos disponíveis hoje no mercado chegam a custar R$ 30 mil. O protótipo desenvolvido pelo grupo custou R$ 250.
Foi difícil não parar para observar a incubadora de ovos de galinha e o nascedouro de pintinhos desenvolvidos pelos alunos Alexandre Pedro, Lumas Lima e Letícia Leonardo, alunos de Engenharia Elétrica, durante a disciplina de Instrumentação. A incubadora faz a medição de duas grandezas físicas: o controle de temperatura, que deve estar entre 37 e 38ºC, e de umidade, dentro do limite de 55 e 60%. No nascedouro, os pintinhos permanecem por três dias após o nascimento para a continudade do controle da temperatura e da umidade.
Durante o desenvolvimento do trabalho, outras habilidades foram desenvolvidas: “tivemos de desenvolver circuito, código, fabricação de peças em 3D, mexemos com solda, componentes, linguagem C, uma vez que a bandeja de ovos simula os movimentos feitos pela galinha durante o período de choca. No fim, aprendemos bastante coisa. E é interessante estar em um evento e perceber a diversidade de projetos e pensamentos”, afirmaram.
Júlia Geraldo e Míria Albuquerque, alunas do primeiro ano do curso de Licenciatura em Química participaram pela primeira vez de um evento científico e gostaram muito da experiência. “É uma oportunidade única, ainda mais estando no começo do curso. Sabemos que a bagagem adquirida nesse congresso nos abrirá portas para a participação em outros eventos acadêmicos”, afirmaram. A pesquisa das alunas avalia a qualidade do mel e o fortalecimento da apicultura na região de Campinas.
Parte dos projetos estão expostos na III Mostra de Projetos do IFSP - Campus Campinas, que reúne trabalhos de cursos técnicos e de graduação, e projetos de Iniciação Científica e de extensão universitária. A mostra acontece concomitantemente ao Conict e segue até o dia 27, com a apresentação de 33 projetos diferentes a cada dia.
De acordo com o coordenador da mostra, Francisco Ubaldo Vieira Júnior, essa edição da atividade bateu recorde de inscritos, o que demonstra o crescimento no número de projetos desenvolvidos no campus. “Nossa gestão tem buscado emendas parlamentares para aumentar a oferta de bolsas de pesquisa no campus, então mais alunos estão recebendo recursos para desenvolver trabalhos. Isso também incentiva outros estudantes, que, mesmo sem bolsa, atuam de forma voluntária em pesquisas”, considera o docente.
As apresentações dos trabalhos aprovados pelo Conict seguem até quinta-feira. Confira a programação das apresentações presenciais e virtuais aqui
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