Palmito Pupunha do Vale do Ribeira conquista Indicação Geográfica

Após mais de três anos de trabalho, o Palmito Pupunha do Vale do Ribeira recebeu oficialmente a Indicação Geográfica (IG) concedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (INPI). O reconhecimento marca um momento histórico para a região e simboliza décadas de organização comunitária, pesquisa, cooperativismo e união entre agricultores, técnicos, instituições públicas e privadas, indústria e organizações sociais.

O projeto que resultou na conquista da IG foi desenvolvido pelo Instituto Federal de São Paulo (IFSP), em parceria com o Sebrae/SP. A coordenação técnica pelo IFSP esteve a cargo do administrador Ernani Enke, do Campus Registro. Para ele, o registro representa muito mais que uma conquista burocrática.

“Este reconhecimento do INPI reafirma a força de um território que resiste, se organiza e se reinventa. Ver o Vale do Ribeira alcançar sua primeira Indicação Geográfica é testemunhar o resultado de um esforço coletivo que uniu agricultores, agroindústrias, cooperativas, instituições de ensino e pesquisa, organizações públicas e privadas, especialistas e lideranças em torno de um propósito comum: mostrar ao Brasil e ao mundo que o palmito pupunha produzido aqui carrega identidade territorial forte, tradição, qualidade, sustentabilidade e futuro”, destacou.

Enke acrescentou que foi um privilégio coordenar o projeto regionalmente pelo IFSP e contribuir para um marco que projeta o Vale do Ribeira no cenário nacional e internacional como exemplo de desenvolvimento sustentável, inovação social e orgulho territorial.

A IG tem como requerente a Associação dos Produtores de Pupunha do Vale do Ribeira (APUVALE), que representa produtores, agroindustriais e toda a cadeia produtiva envolvida. O produtor rural e vice-presidente da entidade, Marcio Franchetti, celebrou a conquista. “O Vale do Ribeira é a maior região produtora de palmito pupunha do Brasil, e agora, com grande potencial de produzir o melhor palmito pupunha do Brasil e, quem sabe, do mundo!”

Franchetti ressaltou ainda que o clima favorável, o cuidado dos agricultores familiares, a preservação da Mata Atlântica e a experiência das indústrias locais no processamento do palmito, aliados ao trabalho conjunto de instituições como Sebrae, IFSP, CATI, Unesp, Apta, IAC e ITAL, fortalecem a certeza de que a região está preparada para avançar na valorização da cadeia produtiva.

Localizado entre São Paulo e Curitiba, o Vale do Ribeira introduziu o cultivo do palmito pupunha como alternativa ao extrativismo do palmito-juçara. Com o tempo, a atividade tornou-se uma das principais fontes de renda da região, estimulando a permanência das famílias no campo e fortalecendo práticas ambientalmente responsáveis.

Com a Indicação Geográfica, os consumidores passam a ter a garantia de adquirir um produto de origem conhecida, autêntico, de qualidade e seguro. Para a população local, o reconhecimento significa não apenas crescimento econômico, mas também orgulho e pertencimento. O palmito pupunha deixa de ser apenas uma cultura agrícola e torna-se símbolo da capacidade do território de inovar sem perder suas raízes.

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