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Pesquisadores do IFSP analisam impactos da pandemia

Pesquisa do Câmpus São Miguel Paulista faz uso da Geoinformação e da coleta de dados junto à população

  • Publicado: Quarta, 22 de Julho de 2020, 18h49
  • Última atualização em Sexta, 31 de Julho de 2020, 17h13
  • Acessos: 10384

O professor Altair Aparecido de Oliveira Filho e o aluno João Pedro de Almeida Santos, do 3º ano curso Técnico em Informática para Internet Integrado ao Ensino Médio, do Câmpus São Miguel Paulista, estão desenvolvendo, por meio do programa de Iniciação Científica PIBIFSP, a pesquisa “Cartografando São Miguel Paulista: Estudo das Condições Socioeconômicas da Região Leste da Cidade de São Paulo/SP”. Um desdobramento desse estudo foi publicado ontem (21) no 16º Boletim Covid-19 do Departamento de Política Científica e Tecnológica (DPCT) do Instituto de Geociências da Unicamp.

De acordo com os pesquisadores, um dos fatores que motivou a pesquisa foi a aproximação do IFSP com o coletivo Frente Popular pela Vida, grupo que acompanha e reivindica ações efetivas do poder público no combate do novo coronavírus. No boletim são apresentados os resultados preliminares, por meio do uso de Geoinformação e da coleta de dados primários junto à população, utilizando questionário online. Segundo a publicação, a intenção é ajudar no processo de reivindicação de uma política territorial mais eficiente, com um olhar mais atento à diversidade de condições socioespaciais presentes em São Paulo.

Conforme descrito no boletim, ações sistemáticas no campo da Geoinformação consistem em levantar e analisar dados secundários disponíveis nas bases de dados abertos de órgãos oficiais do governo ou de outras instituições, tais como: IBGE, Fundação SEADE, IPEA, TabNet SUS, Observa Sampa, Dados Abertos da Prefeitura de São Paulo e outros. Esses dados são interpretados à luz de técnicas de Geoprocessamento, por meio de software livre com código-fonte aberto, o QGIS. Com base nos dados, foram elaborados mapas que mostram a distribuição espacial dos casos de Covid e de óbitos relacionados à doença na cidade de São Paulo.

O questionário online traz contribuições diretas das pessoas que vivem na Zona Leste, construindo uma visão mais precisa dos problemas correlacionados à pandemia. Segundo o professor Altair, além de responder às questões de múltipla escolha, as pessoas poderiam, em um campo aberto e não obrigatório, compartilhar sua história ou deixar suas impressões sobre a crise sanitária. Em uma semana de compartilhamentos 195 pessoas responderam o questionário e 53 compartilharam suas impressões/histórias.

 

Conclusões preliminares do estudo

 De acordo com o professor Altair, no combate à Covid-19 é necessário contar com uma política territorial que seja eficiente e isso passa por enfrentar seus efeitos colaterais. Mais da metade daqueles que responderam o questionário afirmam enfrentar redução dos seus rendimentos, e 23,4% estão desempregados. “A política pública de contenção da disseminação do vírus e dos desdobramentos da crise, até aqui, só foi efetiva nas áreas mais centrais e nobres da cidade, pois carregava em si uma visão homogênea do território, deixando as periferias desassistidas, onde o contágio e o número de óbitos têm sido intensos e persistentes”, afirmou.

Segundo o pesquisador, a diversidade das condições socioespaciais (moradia, trabalho, renda etc.) é a base para entender por que uma área da cidade é mais ou menos afetada. Dessa forma, são necessárias ações específicas; o que Altair afirma ser óbvio, no entanto, não foi feito pelo poder público.

 “O uso da Geoinformação e a estratégia de ouvir aqueles que vivenciam a crise é o primeiro passo para fundamentar uma política territorial mais precisa de combate aos efeitos perversos da pandemia na metrópole paulista”, disse o professor. Os pesquisadores compreendem que o território precisa ser olhado como unidade de planejamento e gestão das desigualdades.

 Confira aqui a íntegra da publicação.

 

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