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Luta antirracismo: diretora do Câmpus HTO é homenageada na Alesp

Caroline Jango receberá medalha nesta sexta

  • Publicado: Quinta, 30 de Março de 2023, 16h47
  • Última atualização em Quinta, 30 de Março de 2023, 16h49

A Diretora-Geral do Câmpus Hortolândia, Caroline Jango, será uma das homenageadas deste ano pela “Medalha Theodosina Ribeiro”, conferida pela Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) a mulheres que se destacam na sociedade por sua contribuição ao enfrentamento da discriminação racial e pela defesa dos direitos humanos e das mulheres. A sessão solene de condecoração acontece nesta sexta (31), às 10 horas, no Plenário Juscelino Kubitschek da Assembleia Legislativa, e será transmitida pela TV Alesp

Instituída em 2013 a partir de um projeto proposto pela deputada estadual Leci Brandão, a edição de 2023 da “Medalha Theodosina Ribeiro” foi batizada como “Edição Elza Soares”, e este ano vai homenagear 20 mulheres, entre elas Caroline. Pedagoga do IFSP há dez anos, Carol Jango tem dedicado sua vida acadêmica e profissional à luta antirracista e à construção de uma sociedade mais justa. Em 2021, ela conquistou um espaço ainda pouco ocupado por mulheres, e menos ainda por mulheres negras: assumiu um cargo de gestão ao ser eleita diretora do Câmpus Hortolândia.

Dentro do IFSP, Carol tem se tornado cada vez mais uma referência quanto o assunto é diversidade racial; não à toa, boa parte dos projetos institucionais dedicados ao tema tem o dedo dela. É membra fundadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas (Neabi), grupo que coordenou por cinco anos. Em 2020 esteve à frente do projeto de pesquisa aplicada AfroIF: currículo, pensamento decolonial e formação docente , desenvolvido no IFSP entre 2020 e 2022.  Atualmente lidera o programa Ubuntu Maker Ciência Cidadã, ação que visa ao desenvolvimento de projetos científicos com o objetivo de valorizar a diversidade racial e de gênero em escolas estaduais da região de Hortolândia.

A trajetória acadêmica de Caroline também está toda pautada no estudo do racismo e do antirracismo. Sua dissertação de mestrado na Unicamp deu origem ao livro “Aqui tem racismo!: um estudo das representações sociais e das identidades das crianças negras na escola”; publicado em 2018, o livro se tornou um material amplamente utilizado para formação de professores no Estado de São Paulo.

No doutorado, Carol trouxe mais uma vez o IFSP à pauta: a tese, concluída em 2018, discutiu a promoção da diversidade étnico-racial na perspectiva da dimensão extensionista no IFSP. Aliás, por três anos, a pedagoga foi diretora-adjunta de Desenvolvimento Comunitário na Pró-Reitoria de Extensão, na qual desenvolveu ações diretamente relacionadas à educação e à promoção dos direitos humanos.

Em um contexto de luta e de trabalho árduo, no qual muitas vezes a sensação que se tem é a de estar enxugando gelo, Carol conta que o que a move é ser reconhecida pelo seu trabalho. Para ela, a homenagem na Alesp significa isso: reconhecimento. “Receber essa medalha é daqueles momentos em que a gente para, olha para trás, e reafirma que tudo valeu a pena. Ser reconhecida é também um grande incentivo para continuar.”

Quem foi

Inspiração para o nome da medalha, Theodosina Rosário Ribeiro nasceu em 29 de maio de 1930, em Barretos. Foi a primeira vereadora negra da Câmara Municipal de São Paulo, sendo eleita em 1970 com a segunda maior votação daquele pleito. Em 1974 foi eleita a primeira deputada negra da Assembleia Legislativa do Estado, onde ocupou o cargo de vice-presidente e permaneceu por três legislaturas. Theodosina é formada em Filosofia, pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de Mogi das Cruzes, e em Direito, pela FMU. A filósofa, advogada e ex-deputada se tornou uma referência e um estímulo para negras e negros ingressarem na política.

 

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